Um vício: podcasts

Há muitos anos eu ouço podcasts, mas apenas agora eu estou me dedicando de verdade ao que para muitos (e hoje até para mim, como uma redescoberta) é uma grande novidade. E eu comecei por um motivo: o idioma alemão. Comecei ouvindo um podcast chamado Schlaflos in München (Insone em Munique), da podcaster Annik Rubens, que era muito divertido. Era uma das poucas maneiras que eu tinha de ouvir alemão e também acompanhar as aventuras dessa jornalista de Munique. Agora ela transformou seu Schlaflos in München em Slow German, que é uma espécie de spin-off de seu antigo programa semana. A nova proposta é ajudar estudantes de alemão a compreender melhor o idioma, por isso é falado bem devagar, mas os assuntos são bem interessantes. Vale a pena acompanhar.

Então, do ano passado para cá, comecei a explorar os podcasts feitos aqui no Brasil e tive muitas gratas surpresas. Diferente daquele usuário de Twitter que reclamou dos podcasts brazucas, dizendo que eles são de qualidade duvidosa se comparado aos podcasts gringos (a maioria patrocinada), eu adoro o que é feito aqui, em geral sem apoio, de forma independente, na raça mesmo. E por isso é louvável o que se tem feito por essas bandas.

Podosfera brasileira: uma descoberta recente

Quem me conhece de outros carnavais sabe que não sou uma pessoa muito musical (apesar de ter me envolvido com dança no passado, mas essa parte deixa para lá). No entanto, gosto de tecnologia e a ideia do streaming de música me atraiu, por isso acabei assinando o Spotify, que eu usava apenas para deixar uma música ambiente para trabalhar sem ter que ouvir propaganda a cada tantos minutos. Aí, por indicação de uma amiga (oi, Amanda Ribeiro), há uns anos eu assisti o episódio de Mamilos sobre adoção e me emocionei muito. E a coisa ficou por aí.

No ano passado, passeando pelas redes sociais, comecei a ver muita gente comentando o podcast X e Y e comecei a me interessar pelos temas: política, a questão negra, a questão gay, tradução, literatura, filosofia, entretenimento. E comecei a ver que havia uma variedade imensa de podcasts, dos mais bem produzidos até os bem caseiros, que podia trazer conhecimento e diversão nas minhas horas vagas. Mas a coisa foi ficando séria e hoje tenho uma lista de podcasts que acompanho e que não para de crescer, pois os programas acabam se juntando, trocando figurinhas, e aí o número só aumenta.

Para todos os gostos e bolsos

Mais adiante vou montar uma pequena lista de podcasts diários, semanais, quinzenais e sem periodicidade definida. E digo que tem programas para todos os gostos. E comento também sobre bolsos, apesar de a maioria deles ser independente e totalmente gratuita, tem pouca visibilidade ou uma visibilidade até considerável, porém isso às vezes isso não rende dinheiro – e produzir conteúdo dá trabalho, envolve investimento grande de tempo e o retorno no Brasil ainda é baixo. Por isso vários deles têm arrecadado dinheiro entre os ouvintes, em um sistema de apadrinhamento com um custo muito baixo por mês (entre R$2 e R$5 em média) para que essas pessoas continuem a produzir conteúdo de forma independente. Alguns conseguem os famosos “publi”, que são pequenas ações publicitárias dentro do podcast, ou mesmo patrocínio constante, mas cada vez que isso acontece, menos independência o podcast tem (por mais que não pareça). Então, vamos colaborar com os podcasts independentes para que eles assim continuem.

Como achar um podcast?

É muito simples: em qualquer plataforma de streaming (Spotify, Deezer, Apple Podcasts, Google Podcasts, em sites e aplicativos) ou nos sites das produtoras (como a B9 ou a Toriba) e dos próprios podcasts, é só buscar pelo nome do podcast e seguir os programas preferidos.

O que ouvir?

Relaciono aqui podcasts que tenho ouvido com mais regularidade, pois me atraem por conta do assunto. Estão dividido por sua periodicidade média, mas, como eu disse, são independentes, por isso nem sempre essa periodicidade é estrita. Não vou dividir por assunto, pois nem sempre eles têm um assunto só. Também não vou fazer uma apresentação de cada um, pois é legal entrar e sentir o clima, o tema, a organização do podcast. Então, vamos à lista:

Diários
  • Café da manhã – Folha de São Paulo
  • Panorama – CBN
  • Petit Journal
  • Durma com essa – Nexo Jornal
  • Teologia de Boteco (quase diário)
Semanais
  • Anticast
  • A voz do tradutor
  • Benzina
  • Caixa de histórias
  • Esquizonoia
  • Foro de Teresina
  • História Preta
  • HQ da vida
  • Lado (B)lack
  • Mamilos
  • POC de Cultura
  • Podcast do PublishNews
  • Resumido
  • Suposta leitura
  • Um milkshake chamado Wanda
  • Viracasacas
Quinzenais
  • TranslatorsPod 101 (tradução em português)
  • Filosofia Pop
Mensais ou sem periodicidade definida
  • Depois das 19
  • Língua livre
  • Narrativas – Editora Carambaia
  • O lado negro da força
  • O nome do livro
  • Rita e Roxelly Show
Especiais (séries limitadas)
  • Como começar – Nexo Jornal
  • Todas as letras – Folha de São Paulo
  • Politiquês – Nexo Jornal
  • Presidente da semana – Folha de São Paulo

Esses são os podcasts que acompanho atualmente, mas essa lista vai crescer. A parte ótima: posso ouvir a qualquer momento, por exemplo no transporte público, lavando louça, tomando banho, me arrumando para sair, trabalhando. É só dar play e se divertir, aprender um monte, dar boas risadas ou se indignar. É uma maneira mais que antiga, mas com roupagens cada vez mais modernas e atraentes. O problema hoje é arranjar tempo para ouvir tudo que gosto, pois o cardápio é cada vez mais variado.

E vocês? Já ouvem podcasts? Quais seus preferidos?

E vocês acompanhariam um podcast sobre tradução, literatura e língua portuguesa?

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