(Foto: Claudio Brites)
Confesso que foi mais do que eu esperava. Bem além das expectativas para um primeiro “rebento” literário. E o frio na barriga durou a noite toda, com pessoas chegando e se aconchegando. A música, mal pude ouvir direito, mas ouvi as pessoas cantarem, batendo palmas e dando à noite fria contornos quentes. E aquilo começou a me tranquilizar. Pessoas amadas ao meu lado, bem pertinho. E eu me sentindo estranho, como se eu não fosse parte daquela festa, como se fosse uma mosquinha que estava ali, sentada num dos sonhos de creme, observando, olhando aquele monte de gente que conversava animada, com o livro na mão, alguns folheavam, outros passavam da página 20, compenetrados. Algumas conversas rápidas, outras mais demoradas, e eu ali, naquele canto, olhando tudo passar depressa, mais depressa do que eu esperava.
Gratidão.
No dia anterior eu quase bati o carro. Distraído, avenida vazia, já passava da meia noite, apenas um carro à minha frente. Um táxi. E eu por pouco não bato na traseira do coitado que estava ali, trabalhando. Só então percebi o quanto a véspera estava me agoniando. Se eu soubesse como seria, não teria passado nem dado esse susto em ninguém. No dia seguinte, almocei calado. Tiago me disse: Você está muito nervoso. E eu não sentia o nervosismo há poucas horas do momento que está registrado na foto ali em cima. Ou negava o nervosismo. É quase uma estreia de teatro. Sim, num outro tempo eu fui ator amador. E senti o frio na barriga, o mesmo frio na barriga, quando o primeiro convidado chegou. O primeiro que se dizia terceiro, ah, Plínio, foste o primeiro, junto com a Maria Helena! E depois os parentes queridos. E os amigos amados. E minha mãe e meu pai, a quem dedico o livro sem o menor receio de parecer piegas. E meu sobrinho, meu irmão e cunhada, com olhos brilhantes do começo ao fim.
E o Claudio, que passava aqui e ali e me sorria, como quem dissesse: “Tá tudo lindo, se acalme”.
Algumas pessoas não foram, senti falta delas. Outras apareceram e me surpreenderam tanto. Não é mesmo, Fernanda? E a Dinaura, que um mês antes se desculpou por não aparecer por conta de uma chuva louca, um mês depois surgiu na festa com seus olhos verdes e brandos e me deu um abraço muito gostoso.
E o quase choro com a Roberta, e o abraço apertado da Beatriz, e a presença das furicas todas e da Berê. E o Hilton, que esperou sentadinho sua vez, e a Sarah que dedicou aquele exemplar ao amor. A Simone e o Robson me abraçaram. E os tradutores amigos que acompanharam no vinho e o sobrinho da Val que, interessado, quis um livro só para ele. A Adrienne e a Alê, autoras como eu, me presenteram com a presença. E o Kizzy que arrastou a alunada e outros amigos, fazendo aquela festa. E o Rick. E Bronts, um dos meus ídolos. E tantos outros queridos amigos e amigos dos amigos que surgiam e me pediam autógrafo e eu mal sabia o que fazer, o que dizer.
E a Pya e a Karla, depois de tantos desencontros, me encontram lá fora, no frio, fumando o único cigarro da noite. E me abraçaram muito.
E o Felipe, aos 45 minutos do segundo tempo.
Este relato não é nada. Nada que supere a sensação de estar lá. As pessoas que dividiram comigo essa noite, mesmo que não mencionadas, merecem meu abraço apertado e meu agradecimento. Espero que curtam a leitura, de verdade.
No próximo espero poder ir. 😉
Abraço,
Marion
Também espero você nos próximos, Marion. Beijo grande.
Guri, eu nao estava lá, mas estava. Se é que me entendes… Um abraco apertado e meus parabéns pelo sucesso!
Tante!!! Com certeza você estava ali, do ladinho. Espero que possa ler um dia e que curta. Beijos.
… e estou devorando desde o café da manhã …
Este é um ótimo sinal: quando se devora, quer dizer que está gostoso (ou que a fome é muita). Beijão e obrigado, meu querido amigo.
Por causa do frio lá fora só abraçamos metade do que tínhamos vontade, isso sim! Foi lindo e emocionante ver sua felicidade.
Obrigado, minhas lindas, foi delícia ter vocês nesse dia tão especial.