Tudo começou com um convite. Na verdade, um autoconvite. Nelson de Oliveira organizou a coleção Portal, uma revista de contos, e cada uma de suas seis edições homenageou um grande autor da literatura de ficção científica e afins.
Pois o último número chamou-se Portal Fahrenheit, em homenagem a um dos meus autores preferidos, Ray Bradbury, e ao seu Fahrenheit 451. Sabendo disso de antemão, me ofereci para participar e ele fez o pedido: um conto com até 15 mil caracteres que tivesse afinidade com o tema e com o autor homenageado.
Eu nunca tinha feito nenhum conto desse gênero. Ficção científica, realidade distópica ou coisas assim. Mas aceitei o desafio.
Numa madrugada, ainda longe da data final de entrega, sentei na frente do computador com a fantasmagórica tela branca à minha frente. Escrevi diversas frases iniciais, e nenhuma delas se encaixava naquilo que eu buscava. As ideias ferviam na cabeça e nada parava. A única coisa que tinha em mente era a frase de Milan Kundera, outro dos meus autores de cabeceira: “Einmal ist keinmal, uma vez não conta, uma vez é nunca”, do romance A insustentável leveza do ser. Até que fui acometido por um lampejo, uma frase estranha, mas que fazia todo sentido:
NO INÍCIO DAQUELE ANO, Ivan recebera uma carta do Governo Mundial.
Pronto. À frase seguiram-se outras e mais outras e em dois dias tinha os 15 mil caracteres. Depois de alguns ajustes, lima daqui, inclui dali, risca e rabisca e voilá: o conto estava pronto. E foi publicado no Portal Fahrenheit no segundo semestre de 2010. E eu pensei que estava tudo acabado. Ledo engano.
Em 2011, eu me desafiei: queria escrever meu primeiro romance. Participei de um módulo da pós-graduação em criação literária do Centro Cultural Terracota/Universidade Cruzeiro do Sul, o módulo de romance (com o mesmo Nelson de Oliveira, ali de cima). Lá desenvolvi um esboço de um romance (talvez o próximo) e num dia, num bate-papo, comentei com o professor que gostaria de fazer algo com o Réquiem, o conto que havia saído no Portal. Com o apoio do mestre, pus a mão na massa e, seguindo a linha mestra do conto, recontei a história de Ivan com mais detalhes, mais personagens e mais tempo. O resultado será publicado em breve, pela Terracota Editora. E aqui vocês verão notícias sobre o lançamento, comentários e afins.
Obrigado pela visita e aguardem novidades…
Serei o terceiro na fila …
Parabéns! Um livro é um filho que colocamos nos mundo. Desejo sucesso para o “pai” e o “filho”
Parabéns! Estarei aí pra prestigiar seu trabalho