A esperança é um dom que eu tenho em mim
(Paulinho Moska)
Nos últimos tempos venho experimentando essa coisa de encontros e desencontros. Desde o ano passado, pra falar a verdade. Idéias que se desencontram, pessoas que encontrei, perdas, ganhos e tudo me leva a crer que os altos e baixos pelos quais passamos, sofrimentos aos quais somos submetidos e alegrias que nos fazem sorrir são frutos da nossa vontade de estar bem, das nossas esperanças e desejos.
E uma coisa que nunca perco, por pior que seja a situação: a esperança. Ela que me guia, que me leva pensar longe e estar muito, muito perto de quem amo. Com a esperança eu posso tudo, não tenho dúvida disso. Claro que apenas ela não basta, é preciso perseverança, e o que é a perseverança senão uma esperança que luta? Uma vontade que é levada ao extremo, desejo que se faz das tripas o coração para se realizar?
E as provas de que ter esperança não dói pousaram nas minhas mãos essa semana: a primeira foi um passado que me castigava ainda, me torturava e, num simples telefonema e com minha esperança de não mais encarar aquilo como uma dor, tudo se dissipou como névoa. A dor apaziguada deu lugar a um sentimento de compaixão (não gosto dessa palavra e Milan Kundera, n’ A Insustentável Leveza do Ser explica a diferença em vários idiomas que encaram a idéia do compadecimento de maneira distinta. Lembro do alemão, Mitgefühl, que ao pé da letra significa “ter um sentimento junto com o outro”), a mágoa abre alas para a piedade (Vamos pedir piedade, Senhor piedade…) e a paz tomou conta do meu peito. No dia seguinte, uma alegria imensa abraçou essa paz que estava meio que solitária em meu coração e as duas celebraram (e celebram até hoje) um novo ciclo da minha vida.
Esperança. Tê-la é meio caminho andado para qualquer fim… por mais dificultoso, íngreme e insólito que seja o caminho, de mãos dadas com ela as estradas se encurtam, atalham.