Minha jornada

“Forma, não fórmula.” Essa frase também poderia ser o subtítulo do livro A jornada do escritor — estrutura mítica para escritores, de Christopher Vogler, lançado pela Editora Aleph depois de anos esgotado. Traduzir este livro — uma edição revisada e ampliada pelo autor — foi uma tarefa árdua por diversos motivos.

O primeiro deles: a tradução anterior é da escritora Ana Maria Machado (para a Editora Nova Fronteira), que fez um belo trabalho. Apesar dos pesares — inclusive a falta da internet na época em que Ana Maria Machado traduziu — seu trabalho é excelente. Não tive nenhuma intenção de superar a tradução de Ana Maria, mas me esforcei para fazer um trabalho bom e contei com a ajuda do pessoal da Aleph.

Outro motivo: o autor é um gigante na área de roteiros cinematográficos e se inspirou em outro mestre para criar seu método: Joseph Campbell (e em sua obra O herói de mil faces, traduzido para Cultrix por Adail Sobral). E ele foi o autor que de certa forma abriu meus caminhos para a escrita, quando fazia pós em escrita criativa com o também tradutor Gabriel Perissé.

Muitas pessoas acusam o livro de ser simplista, de ter grande parte de culpa na pobreza imaginativa das obras atuais – tanto no cinema como na literatura –, mas acredito que a obra não influencie os escritores e roteiristas dessa maneira. O “fabulário” de cada um sempre terá estampado uma jornada do herói, pois são essas as histórias que conhecemos, que fazem parte do nosso dia a dia, que estão impregnadas em nós como pele e sangue. Culpar o livro por isso é como culpar um partido pelos males de todo um país: ou é burro ou é mal intencionado.

Fiz o meu melhor, mergulhei a fundo no texto de Vogler, e agora vocês podem conferir o resultado. O livro ficou lindo e já está nas livrarias. 

 

P.S.: Reparem o nome do tradutor na contracapa. Praxe da editora, o que achei muito legal. 🙂

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