Clã dos Livros – Resenha Marcados V. 1

Por Eva Cross

O livro se passa num futuro distante, por volta de 2.400. A região é dividida por uma muralha, chamada de Enclave. As pessoas que lá vivem possuem uma vida cheia de privilégios, longe da pobreza. Vivem seguros e protegidos pelo Protetorado. Do lado de fora da muralha, vivem as pessoas que trabalham para suprir as necessidades do Enclave. São pessoas pobres e simples, que vivem com muito pouco. É de lá que vem a família de Gaia Stone, do setor Oeste Três.

Gaia é uma menina de 16 anos, que possui uma enorme cicatriz no lado esquerdo do rosto provocada quando ela tinha 10 meses. Gaia se considera feia, “um monstro” em certos momentos, foi alvo de piadas e piedade das pessoas por toda a sua vida. E ela cresceu com essa marca, achando que jamais seria amada, que jamais seria desejada.
A baixa autoestima de Gaia é visível em vários trechos da história:

“Eu envergonhei você!” Gaia exclamou. Olhou para os guardas logo atrás e baixou a voz. “Ele me insultou”. O que eu poderia querer com um espelho? Uma chance de ver meu rosto horroroso de perto?

Gaia, assim como sua mãe, é parteira. Os três primeiros bebês nascidos em cada mês deveriam ser entregues ao Enclave. Os bebês eram criados dentro do Enclave e não tinham mais contato com sua família biológica.
Lendo o livro, surge a curiosidade: Por que os bebes eram entregues? Essa pergunta é respondida no decorrer da história, deixando o livro cada vez mais interessante.

Certa noite, Gaia é abordada pela velha Meg, uma vizinha que lhe diz que seus pais foram presos pelos guardas e levados ao Enclave. Velha Meg deixa com Gaia um embrulho marrom a pedido de sua mãe. Ao voltar para casa, Gaia é abordada pelo Sargento Grey, que lhe pergunta se ela sabe sobre registros dos nascimentos dos partos de Bonnie, sua mãe.

No início do livro, achei Gaia um pouco passiva, seus pais estavam presos e mesmo assim ela continuava fazendo os partos e entregando as crianças ao Enclave. Essa situação muda quando Gaia descobre que seus pais serão executados e então ela decide invadir o Enclave para resgatá-los. A partir daí a trama vai se desenrolando, descobrimos os verdadeiros motivos para a prisão de seus pais e o motivo de sua mãe Bonnie marcar as crianças nascidas. Assim como o verdadeiro motivo de sua cicatriz.

Em sua incursão pela busca de seus pais, Gaia é presa e encontra novamente o sargento Leon Grey que acaba se tornando um dos protagonistas da história. Demorei a compreender de que lado ele realmente estava, lutando por Gaia ou lutando pelos ideais do Enclave. Mas a história se desenrola de uma maneira surpreendente.
Me apaixonei pelos dois! Ele realmente visualiza Gaia do jeito que ela é: corajosa, determinada, linda por dentro!

“Você foi extremamente corajosa. E impossível. Olhe tudo o que você fez. Entrou na torre do Bastião para salvar sua mãe. Quem mais poderia ter feito isso. Encare os fatos Gaia. Quando você decide uma coisa, não há nada que possa impedir você de fazer”.

Gaia descobre que o que impera no Enclave é a injustiça, que não há nada de perfeito como aparentava ser. Ao longo do enredo, surgem outros personagens que são pouco explorados pela autora. Confesso que fiquei um pouco frustrada, gostaria de saber um pouco mais sobre a vida destas pessoas.

Realmente Gaia é uma heroína. Seu sofrimento durante a história, suas perdas, suas descobertas vão aguçando nossa curiosidade e vamos lendo sem parar! Rs É uma pena não poder entrar em muitos detalhes, pois acabarei soltando algum spoiller.

Livro recomendadíssimo, o final é daqueles que te deixam ansiosa para ler a sequência logo. 

Fonte: Clã dos Livros / Blog do Grupo Autêntica

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